quinta-feira, 31 de março de 2011

Vídeo: Centenário de Jacques Cousteau

Esse vídeo é uma homenagem da Cousteau Society ao centenário de seu fundador



Esse vídeo é muito bacana, pois faz um apanhado da obra de Jacques Yves Cousteau (JYC), citando seus filmes séries de TV, livros, invenções, barcos e legado.
Eu evito falar de JYC para não cair no lugar comum, porém dificilmente você acha alguém com mais de 30 anos que não saiba quem ele foi, ou nunca tenha visto pelo menos um de seus filmes.
Como não se empolgar com as imagens do Calypso, ou de experiências como as Pré Continént (Conshelf) I, II, e III? Confesso que sempre sonhei em ter uma roupa preta com listras amarelas, e mergulhar de regulador Royal Mistral, usando uma Hidrosuit, ou um Raid da technisub.
Jacques Yves Cousteau pode não ser um quase santo como pregam alguns, mas também não podemos colocá-lo como um vil oportunista como difamam outros. Foi um homem com seus defeitos e qualidades, porém decididamente, deixou sua marca no mundo.

Dica: se quiser conhecer mais sobre JYC, recomendo o livro "Jacques Cousteau: The Sea King" de Brad Matsen.

terça-feira, 29 de março de 2011

Tipos de mergulhadores: O DIR


O seguidor da filosofia DIR (Doing It Right) é um tipo à parte.

Nascido a partir das mentes privilegiadas de Wakulla Springs (local para onde devem se virar e orar 5 vezes ao dia), eles evoluíram até um ponto intangível para meros mortais.

Com um pedigree oriundo do mergulho em cavernas (Visto como o supra-sumo), o DIR utiliza sempre a mesma configuração de equipamentos, não interessa se está numa piscina, ou no Andréa Doria. Até mesmo porque a água é sempre líquida, portanto não importam outros detalhes do mergulho.

Apesar de sua origem norte-americana, a filosofia DIR encontrou um público disposto a comprar a idéia, após um grande mestre introduzi-la em terra brasilis. Aliás, ser DIR parece conferir status ao mergulhador! (Existe coisa mais bacana do que fazer cara de mau, enquanto mostra a imagem de mergulhador super tech?)

É facilmente identificável: utiliza back plate e asa (coletes estão proscritos), mangueira longa, segundo estágio reserva num colar abaixo do queixo, carretilhas e decomarker no D-Ring posterior do Crotch (mesmo que ele nunca a use), lanterna de canister (mesmo durante o dia no caribe), etc. De preferência usando equipos daquela marca do grande H azul.

Seu sectarismo é tão forte, que até mesmo uma certificadora própria eles criaram. há também uma marca de equipamentos que fabrica itens feitos sob medida para eles. Mas é apenas uma coincidência o fato de que os criadores de sua filosofia, da certificadora, e da marca do grande H azul sejam as mesmas pessoas.

Sempre mergulham em times organizados, usando misturas pré determinadas (DIR não usa ar!), com uma “missão” a ser cumprida (afinal mergulhar por mergulhar é coisa de stroke), seguindo padrões de conduta rígidas, onde todos devem usar as mesmas roupas, beber as mesmas cervejas, e só são permitidas cuecas zorba, tipo boxer, vermelhas.

Uma vez que atingiram o ápice da evolução do mergulho, não têm nada a aprender com Strokes. Os DIR preferem seguir seus próprios gurus.

Aliás, os gurus parecem ser parte fundamental da filosofia DIR. nomes como Jarrod Jablonsky, e George Irvine são sagrados, e ao usá-los em vão, deve-se bater na boca três vezes. Há também os grandes mestres regionais (aqui em terras tupiniquins houve um grande mestre, hoje um tanto em baixa, apesar de ainda ter um séquito fiel).

Seu desprezo pelos mergulhadores que ousam não seguir sua filosofia (os tais strokes) é notório. Afinal, como é possível alguém estar perante um caminho de luz, que leva a perfeição absoluta, e permanecer seguindo o caminho das trevas?

O DIR não costuma se dar bem com outros tipos de mergulhadores. Não há sentido em se misturar com Strokes, quando se pode conviver apenas com a elite iluminada.

Apesar disso, o DIR parece exibir certo fascínio sobre certos tipos, como o Fodola, e o Mergulhador de internet. Sua semelhança com o Téquidaive faz com que sejam tipos próximos.

O DIR menospreza certos tipos em particular, como a namorada hesitante por exemplo, pois não suporta sua falta de comprometimento, treinamento, e desconhecimento sobre mergulho em geral.

Na verdade há somente um tipo de mergulhador com o qual o DIR se dá bem.

Apesar de ser irritante, é divertido observá-los de longe.

domingo, 27 de março de 2011

Antes Solo do que mal acompanhado



Logo que começamos a dar os primeiros passos no mergulho, somos apresentados a algumas regras: Respirar lenta e continuamente, e nunca, nunca, prenda a respiração (Sem dúvida a mais importante), nunca mergulhe só, etc.
Porém, há cerca de 10 anos atrás, fiz uma saída em Ubatuba, no mínimo diferente. Ao chegar no ponto (costeira do flamenguinho), estávamos somente o mestre, o instrutor, uma aluna de básico e eu no barco. No briefing, o instrutor informa a sua aluna que eu mergulharia só, pois era experiente, e possuía certificação elevada, porém ele estaria por perto caso necessário. E lá fui eu para meu mergulho solo...que foi de uma tranqüilidade impar!
Quando este fato ocorreu, um pensamento logo se instalou em minha cabeça: Será que SEMPRE precisamos estar com outra pessoa embaixo d’água?
Em seu excelente livro Solo Diving: The Art of Underwater Self-Sufficiency, o autor, Erik Von Maier, faz um excelente trabalho no sentido de explicar o que realmente é o mergulho solo. Foi um dos livros que mais me abriram a cabeça sobre mergulho.
Em determinado momento do livro, o autor afirma que as pessoas tem dois grandes medos embaixo d’água: se afogar e ser comido, e a maneira como se lida com estes medos é colocando outra pessoa (seria uma testemunha? Risos) junto.
A verdade é que muitos mergulhadores experientes mergulham solo mesmo sem saber. Um (bom) instrutor com seus alunos está acompanhado certo? Ele é capaz de ajudá-los se necessário, mas, e se ele precisar de ajuda? Seus alunos, receosos em seus primeiros mergulhos, serão capazes de ajudá-lo? Então, ele está só!
Por outro lado, fotógrafos são péssimos companheiros de mergulho. Param o tempo todo para fazer seus cliques, eventualmente ficando vários minutos sobre a mesma pedra tentando fotografar aquele camarão minúsculo, enquanto você está morrendo de vontade de seguir com seu mergulho. Vale ressaltar que provavelmente ele não estará nem aí para sua presença (a não ser que você o atrapalhe bem na hora da foto!), ou seja, ele não será de tão grande valia assim numa necessidade (e você já está pensando: nunca mais mergulho com ele). Será que ele não estaria melhor sem um dupla?
Alguns mergulhadores mais tarimbados afirmam, inclusive que em certas situações, como penetrações em espaços restritos de naufrágios, o dupla seria um fator complicador, pois obstrui o caminho, levanta silt, e cria enroscos.
Dessa maneira, podemos afirmar que o mergulho solo é mais comum do que se imagina.
Entretanto, quando se fala em mergulhar solo, uma palavra deve vir à tona: auto-suficiência.
O mergulhador auto-suficiente é aquele capaz de se virar sozinho nas mais diversas ocasiões, como perda de gás, por exemplo. Neste contexto, redundância é a palavra de ordem, quer seja no suprimento de gases, instrumentos (computador, Bottom timer, relógio), e até mesmo em itens frugais como máscaras (já se imaginou perdendo a sua num corredor de naufrágio?).
Porém, vale ressaltar que auto-suficiência não significa pendurar todos os seus equipamentos nos d-rings e em seus pulsos. Obviamente, uma máscara reserva, dupla com manifold, reguladores duplos, e roupa seca, podem se fazer desnecessários naquele mergulho de 8 metros na ilha das cabras em um dia de águas claras. Uma questão de bom senso!
Agora, num mergulho profundo, em ambiente hostil, tais traquitanas são mandatórias. É aí que entra o bom senso do mergulhador.
É válido afirmar que as técnicas de auto-suficiência são válidas até mesmo para aqueles que preferem mergulhar com outra pessoa (a imensa maioria de nós), no sentido de tornar-se um mergulhador melhor, e logo, um melhor dupla.
Obviamente que tudo que escrevo acima não se aplica àqueles que acabam de receber sua certificação básica. Aos iniciantes, a presença de alguém mais experiente, como um divemaster (bom, pelo menos em teoria, ele deve ser mais experiente...risos), é recomendada, até que adquiram experiência, conhecimento e confiança para alçarem vôos mais altos.
Mergulho solo ainda é um tabu. Tente chegar numa operadora de mergulho, dizendo que não quer mergulhar com outra pessoa, e, lhe garanto que você dificilmente terá sucesso em sua empreitada. O “causo” que contei acima foi uma (grata) exceção. Porém eu garanto que se aprofundar no conceito de auto-suficiência não lhe fará mal algum, ajudando inclusive para que se torne um dupla melhor.
P.S. – este texto não possui a pretensão de esgotar o assunto, nem deve ser visto como uma grande referência educacional sobre o tema. Pretendo abordar mais vezes este tema, porém, recomendo fortemente a leitura do livro acima citado (este sim uma bela obra de referência). Para aqueles que preferem algo “oficial”, a TDI/SDI oferece um curso entitulado Solo Diver, onde se ensinam tais conceitos e técnicas (embora hajam pouquíssimos instrutores qualificados para ensiná-lo no Brasil).

terça-feira, 15 de março de 2011

Reclame: Politicamente Incorreto II

Eu já havia feito um post semelhante antes, mas não é que eu achei um outro anúncio parecido?
P.S. - estou preparando alguns artigos, porém resolvi criar uma nova seção: Reclame