O seguidor da filosofia DIR (Doing It Right) é um tipo à parte.
Nascido a partir das mentes privilegiadas de Wakulla Springs (local para onde devem se virar e orar 5 vezes ao dia), eles evoluíram até um ponto intangível para meros mortais.
Com um pedigree oriundo do mergulho em cavernas (Visto como o supra-sumo), o DIR utiliza sempre a mesma configuração de equipamentos, não interessa se está numa piscina, ou no Andréa Doria. Até mesmo porque a água é sempre líquida, portanto não importam outros detalhes do mergulho.
Apesar de sua origem norte-americana, a filosofia DIR encontrou um público disposto a comprar a idéia, após um grande mestre introduzi-la em terra brasilis. Aliás, ser DIR parece conferir status ao mergulhador! (Existe coisa mais bacana do que fazer cara de mau, enquanto mostra a imagem de mergulhador super tech?)
É facilmente identificável: utiliza back plate e asa (coletes estão proscritos), mangueira longa, segundo estágio reserva num colar abaixo do queixo, carretilhas e decomarker no D-Ring posterior do Crotch (mesmo que ele nunca a use), lanterna de canister (mesmo durante o dia no caribe), etc. De preferência usando equipos daquela marca do grande H azul.
Seu sectarismo é tão forte, que até mesmo uma certificadora própria eles criaram. há também uma marca de equipamentos que fabrica itens feitos sob medida para eles. Mas é apenas uma coincidência o fato de que os criadores de sua filosofia, da certificadora, e da marca do grande H azul sejam as mesmas pessoas.
Sempre mergulham em times organizados, usando misturas pré determinadas (DIR não usa ar!), com uma “missão” a ser cumprida (afinal mergulhar por mergulhar é coisa de stroke), seguindo padrões de conduta rígidas, onde todos devem usar as mesmas roupas, beber as mesmas cervejas, e só são permitidas cuecas zorba, tipo boxer, vermelhas.
Uma vez que atingiram o ápice da evolução do mergulho, não têm nada a aprender com Strokes. Os DIR preferem seguir seus próprios gurus.
Aliás, os gurus parecem ser parte fundamental da filosofia DIR. nomes como Jarrod Jablonsky, e George Irvine são sagrados, e ao usá-los em vão, deve-se bater na boca três vezes. Há também os grandes mestres regionais (aqui em terras tupiniquins houve um grande mestre, hoje um tanto em baixa, apesar de ainda ter um séquito fiel).
Seu desprezo pelos mergulhadores que ousam não seguir sua filosofia (os tais strokes) é notório. Afinal, como é possível alguém estar perante um caminho de luz, que leva a perfeição absoluta, e permanecer seguindo o caminho das trevas?
O DIR não costuma se dar bem com outros tipos de mergulhadores. Não há sentido em se misturar com Strokes, quando se pode conviver apenas com a elite iluminada.
Apesar disso, o DIR parece exibir certo fascínio sobre certos tipos, como o Fodola, e o Mergulhador de internet. Sua semelhança com o Téquidaive faz com que sejam tipos próximos.
O DIR menospreza certos tipos em particular, como a namorada hesitante por exemplo, pois não suporta sua falta de comprometimento, treinamento, e desconhecimento sobre mergulho em geral.
Na verdade há somente um tipo de mergulhador com o qual o DIR se dá bem.
Apesar de ser irritante, é divertido observá-los de longe.
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